21 de fevereiro de 2015

Cemitério do Amor

     Caminho pelo cemitério, mais inusitado e mais triste que se é conhecido. Nunca pensei que veria esse lugar de perto, ninguém quer ver esse lugar, ninguém quer sentir esse lugar, ninguém quer voltar a esse lugar. Por quê? Ora, não é óbvio? Aqui é o cemitério do amor. Esse lugar, não é um cemitério qualquer, que normalmente são formados por libertação, paz, tristeza e lembranças. Esse lugar é formado por arrependimentos, erros, descrença, lágrimas e separações. É o lugar mais triste do mundo. Afinal, quando a chama do amor apaga, o frio te congela, te consome.
     Passo pelas mais belas lápides, nas quais estão escritas coisas como: Julia + Gabriel (1993 - 2013), Causa da Morte:  Traição. Minha lápide está no fim desse cemitério, não tenho tempo de sofrer pelas perdas de outros. Tenho que me preocupar com a minha própria perda, com a minha própria dor, com a morte de uma parte de mim.
     Chego em minha lápide, e reflito, esse não é um cemitério qualquer. Humanos merecem morrer, seja como castigo ou para dar espaço para novos humanos. Mas, o amor não merece morrer. Não. O amor é puro, podemos ter uma quantidade infinita de amor, ele não precisa abrir espaço para novos amores. Passo a mão pela minha lápide e lembro-me dela. No meu caso, em especial, não concordo com o Cemitério do Amor. Eu só sofri uma perda, e não duas, como este lugar declara. Leio minha lápide: Caleb + Ashley (2012 - 2015), Causa da Morte: A própria Morte. Uma lágrima escorre. Eu posso ter perdido a responsável pelo meu amor. Mas, eu sempre vou ama-la, afinal, quando o Sol se põe, a Lua nós lembra de que ele existiu. E assim será nosso amor, como a lua, brilhante e perfeito. Pelo menos, é assim que eu escolhi lembrar dele.

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