27 de março de 2016

Absinto

Eu choro enquanto durmo.

Meus dedos ainda doem devido às brigas de bar que provoco.
A melhor sensação do mundo.
Dizer adeus a racionalidade.
Sentir o seu poder, derramar o seu sangue.
Deixo os arrependimentos para a morte.
Rio sem motivo, choro logo depois. 
Afogo meus sentimentos no álcool e os sufoco em nuvens esfumaçadas.
Mamãe dizia que elas cheiram á morte, sem saber, que a morte era uma velha amiga.

Meus olhos já não vêem como viam antes.
Minha alma também não.
Talvez seja o preço que se paga por preferir a solidão.
Em meus pulsos, vejo cortes de facas e sangue seco. Alguns hábitos nunca se vão.

A noite, eu prendo a minha respiração, até não conseguir mais. E rio. O passado nos persegue, não é mesmo? Não sei se acordarei amanhã. 

Eu choro enquanto durmo.

*título por: DivaNSeCadastra

Nenhum comentário:

Postar um comentário