26 de novembro de 2013

Crucificada

Crucificada
Lady Kuchiki


Narração dela: Eu me sentia como um animal. Presa naquela jaula. Eu podia sair, mas, se saísse, tinha de voltar. Não durei um set, quase desmoronei no primeiro game. Tive um ataque, não consegui me conter. Não entendo porque eu continuo treinando lá, talvez eu valorize demais o esporte, pois as pessoas que estão lá não são o motivo. Essa angústia de continuar a ser julgada pelos meus erros, por errar o passe. Eu somente gostaria de dizer que eu estava sendo mantida lá, mas, não podemos dizer que uma quadra realmente é uma jaula. Se você for um bom jogador, saíra bem, mas, se for como eu, não passará de um mísero animal que não serve para nada. Há algumas pessoas por quem eu aturaria ficar lá, mas nesse dia, eu não podia, ela não foi, ele não foi, e eu, fiquei sozinha tendo de engolir o choro para ver, se algum dia, a esperança me atendia e eu desaparecia no meio do jogo.

Narração dele: Ela jogava feliz nas primeiras aulas, parecia um anjo ao treinar. Ela não fazia nada além de sorrir e cantarolar enquanto dava toques e manchetes. A primeira vez que ela jogou, não estava em seu melhor momento, parecia que analisava tudo e não pegava nenhuma bola. Nos próximos treinos, ela entrava sorrindo  e saía á beira das lágrimas. Ela parou de vir nos primeiros treinos, começou a chegar somente para os jogos, e quando chegava, não queria jogar. Perdeu seu brilho, parecia maltratada. Jogava bem, mas não podia errar uma bola que a colocavam na cruz. Aquele anjo sorridente desapareceu, e, no seu lugar entrou uma pobre garota que mostra o desespero em seus olhos quando tem que jogar.

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